quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Lembranças também se apagam!

Era o seu primeiro ano estudando no período noturno, sem dúvida mais uma aventura, afinal não era apenas para mudar de turno, chegava a hora de trabalhar, afinal dezesseis anos era o limite máximo para que a boa vida acabasse, com isso a partir daquele momento tudo passaria a ser diferente.

Aos poucos, logo de início começou a observar uma menina da mesma idade, mas, como sempre foi, as mulheres desenvolvem muito mais rápido, e apesar da mesma idade, ela já era uma mulher e ele, bem, se achava ainda um moleque. Mas, era uma colega de turma, estavam juntos, faziam trabalhos, estudavam, este era o limite.

Isto não impedia de admira-la, pele muito branca, cabelos curtos negros, um rosto arredondado, uma voz calma, assim como um comportamento discreto, mas o mais importante e talvez aquilo que chamava mais a sua atenção, lhe prendia pelo olfato, o cheiro que ela exalava pela pele proveniente do local onde trabalhava, inebriante, o cheiro não a largava e era um cheiro bom.

Pode ser até que tenha sido o odor que ela tinha, o fator determinante para diferenciá-la e fazer com que ela fosse única em seus pensamentos, se imaginava meio bobo, afinal nunca tinha sentido isto antes, e pensava vai ser hoje “ Vou dizer o que sinto”.

E o dia chegou, tinha que ser este, já havia demorado muito, hoje ele venceria a sua timidez, iria ultrapassar as barreiras e olha-la bem nos olhos e dizer que gostava dela e se ela queria namorar com ele.

Nesta noite, pouco antes do intervalo, a energia elétrica teve uma pane, as luzes se apagaram, e na penumbra, entre um fósforo ali riscado, uma vela acesa, ele pode deslumbrá-la, naquela noite ela estava mais linda que outros dias, dentro de um vestido branco poderia ser reconhecida até mesmo na penumbra, e mais que depressa ele se dirigiu ao encontro dela, era agora ou nunca ..... e a poucos passos de alcançar seu objetivo um outro cara, com outro estilo, mais descolado, sem papas na língua, o arruaceiro da sala e ao mesmo tempo o cara que queria ser o “cara” que todas meninas queriam tê-lo por perto, chegou antes, e aproveitando a escuridão lhe beijou na boca e ela correspondeu.

Neste momento a energia voltou, e ela se recompondo olhou para ele, enquanto o outro continuava seu caminho, os seus olhos mostraram que no fundo sabia o que ele sentia por ela, e disse meio que se desculpando e respondendo a um pedido nem realizado, se ele quisesse no dia seguinte eles podiam conversar. Ele, apenas esboçou um sorriso e continuou andando indo pra algum lugar que não tinha planejado.


Depois deste dia, na verdade ele apenas sabe que ela existiu, mas não tem mais nenhuma lembrança dela depois deste dia.  E assim foi, assim é ....



MAGIC! - Rude


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